Em entrevista ao Terra, grupo fala
sobre sua participação no Lollapalooza 2013 e expectativa de disseminar cultura
de seu país.
As coisas
aconteceram bem rápido para os integrantes da banda Of Monsters and Men.
Enquanto a maioria dos grupos pena por anos tentando atingir a fama mundial, os
islandeses conseguiram a proeza de fazer turnê internacional com apenas um
álbum lançado (My Head is An Animal, de 2011) e três anos de carreira. "É
uma diferença gritante. Há dois anos eu estava trabalhando como encanador para
o meu pai e só tocava como hobby", analisou o baixista Kristján Páll
Kristjánsson, em entrevista ao Terra.
"Esperávamos, no máximo, vender alguns
álbuns na Islândia"
Às
vésperas de tocar no Lollapalooza, em São Paulo - a estreia dos integrantes no
Brasil -, Kristján afirma que a banda nunca planejou fazer sucesso
profissionalmente, e muito menos mundial. "Esperávamos, no máximo, vender
alguns álbuns na Islândia. Sinto que crescemos rápidos demais, vivemos tantas
coisas que outras bandas fizeram em muito tempo. Não me arrependo de
nada", disse o baixista.
Assim
como diversos grupos da atualidade, a banda "culpa" a internet pelo
sucesso. Para o baixista, os compartilhamentos feitos na web foram tão
importantes quanto aprovação de um produtor norte-americano, que gostou do som
indie de Of Monsters and Men e resolveu divulgar. Logo, estavam nas paradas da
Filadélfia. Somando os dois fatores, a fama chegou para o sexteto.
"Estávamos tão isolados, mas as coisas que aconteceram foram...especiais,
acho. Não foi normal. As coisas continuam acontecendo para gente", disse
Kristján, dado um tom de milagre à escalada da banda.
A banda
compõe em inglês, mas o músico disse que esta não foi uma artimanha para
facilitar a chegada do sucesso. "Tocar em inglês não foi algo consciente.
A língua islandesa é boa, mas é fácil soar esquisito. Os letristas sofrem para
fazer músicas em islandês, e eles são inspirados por bandas que falam em
inglês", explicou.
"Responsabilidade" islandesa
Ao longo
da entrevista, Kristján enfatiza o "isolamento" islandês de antes do
sucesso com frequência. Por isso, ele encara a fama como um tipo de
"responsabilidade" de divulgar a cultura de seu país. "A música
de lá é muito boa. Estive em muitos países e acho que muitas bandas islandesas
fariam sucesso por aí", disse.
"O público começa a pesquisar
mais sobre a Islândia quando descobre que somos de lá"
Em 2013, eles
ganharam um prêmio europeu destinado a bandas que alcançaram a fama
internacional com apenas um disco, o European Border Breakers Awards. "É
só uma opinião, mas acho que o público começa a pesquisar mais sobre a Islândia
quando descobre que somos de lá", continuou.
Em turnê
até agosto, ele confessa sentir falta de casa. No segundo semestre, o Of
Monsters and Men vai parar para descansar e planeja compôr novas músicas para o
segundo disco.
~Monster~